Este ano, meus amigos, tem sido muito estranho para mim.
Não me posso queixar de rotina.
(ENA!!SERÁ QUE ELA NÃO SE VEM QUEIXAR?????)
Aconteceram coisas novas, umas boas outras menos boas, que estão a transformar 2006 num ano de Renascimento.
Algumas coisas vocês sabem…
A minha transformação física, o ter encontrado a minha mãe e a minha irmã (apesar de elas não quererem nada comigo), o espectro do despedimento do meu marido, a entrada de uma colega nova de trabalho e a possível saída daquela que me acompanha há 18 anos, novos patrões, um salto tremendo no desenvolvimento físico e emocional dos meus 3 filhos (pois… passaram a ser pessoas e não só meus filhos…), novas amizades que cruzaram o meu caminho e eu espero durem o resto da minha vida (Coralinha, esta é para ti), o aprofundar de amizades que andavam apenas no limbo do mero convívio…
Apesar de andar meio distante da net, consegui também perceber quais de vocês me oferecem um sincero ombro amigo, com que sei que posso contar, aconteça o que acontecer..
Ou seja, saíram do ecran para a vida real, mesmo que nunca nos tenhamos sequer visto face-to-face.
Tenho observado bastante também tudo o que se passa à minha volta, e cada vez e convenço mesmo que a Lei da Vida é igual para todos.
Não há fuga possível.
Vivemos agrilhoados a obrigações. A caminhos que nos foram traçados e dos quais não podemos fugir, mesmo que nos rebelemos e tenhamos vontade de rebentar em lágrimas de revolta!
Cabe aqui todo um mundo de tretas que temos de fazer mesmo que não nos apeteça, pois disso depende a nossa sobrevivência. A nossa e a dos nossos.
Não sei se existe no Mundo alguém que se sinta totalmente Livre.
Será?
Mesmo um nómada ou um indígena de um país ainda em estado “natural” tem as suas obrigações, decorrentes das suas necessidades, por mais básicas que sejam…
Apenas no Sonho somos Livres!
Aí não há contas para pagar, justificações a dar, nada tem de ter sentido, apenas a nossa vontade corre louca e até absurda por todos os cantos do imaginário.
O pior é o embate com a realidade.
Mas também, já somos crescidinhos, não?
Infelizmente somos crescidinhos!
Cada um de nós teve de crescer ao ritmo que lhe foi imposto.
Eu cresci rápido demais.
Por isso ainda mantenho algumas características (ia chamar-lhe defeitos, mas já não têm cura…), infantis, que atribulam um pouco minha vida e dos que me rodeiam…
Sou caprichosa, de uma teimosia atroz, hiper-sensivel, faço beicinho e amuo com uma facilidade estrondosa, tudo funciona a 8 ou 80, e a qualquer sinal negativo, penso logo que não gostam de mim, que não me querem, que estou a mais…
Exactamente como acontecia no recreio….
Quando me empurravam do jogo do elástico e me chamavam caixa-de-óculos, ou ouvia os professores a bichanar na sala que a “miúda é mesmo esquisita, deve ser de não ter pai…”
Criei tal defesas que, quando fui para a escola preparatória, resolvia todo à pancada, e rapidamente me tornei a líder lá do sitio!
O respeitinho é bonito e eu gosto.
Defesas..
As defesas que a Vida nos levar erguer.
Uma vida inteira a erguê-las arduamente.
E quando há momentos em que elas caem a um sopro de vento, hem?
Lá ficamos de novo no recreio, prontos a dar ou a levar pancada.
Felizmente são poucos esses momentos.
Andamos ocupados demais a cumprir as nossas obrigações.
Como agora.
Apetecia-me continuar aqui a escrever disparates, mas tenho de ir fazer o almoço.
Vingança do chinês? É tudo corrido a peixe cozido!
Ehehehheheheh….