Porque viver, sobrevivendo, é uma questão de simplicidade...
Terça-feira, 25 de Janeiro de 2005
Os números não interessam...
Conheci-o há 20 anos.
Fazia 79 anos no próximo dia 27 de Janeiro.
Esteve casado mais de 50 anos.
Teve 2 filhos e 6 netos.
Trabalhou durante 23 anos como treinador e tratador de cavalos, com mestria de poucos.
Foi funcionário exemplar da Câmara durante 27 anos.
Perdeu um braço aos 35 anos, e com 70 deu um tiro num pé e descobriu também que tinha cancro.
Faleceu a 20 de Janeiro de 2005.
Foi sepultado a 22 de Janeiro de 2005, com o nº de processo 14/05.
Centenas de pessoas o velaram e acompanharam à última morada, demonstrando, se alguém tivesse duvidas, o quanto era amado e estimado.
Não se pode reduzir a vida de uma pessoa aos números que a compilam.
Estes números que referi não chegam para mostrar o que foi a vida do meu sogro.
Ti Zé dos Cavalos, como era conhecido, foi um homem extraordinário.
Sempre amigo, sempre presente.
Sempre arguto e perspicaz na defesa dos seus e daquilo que achava certo.
Gostava de mandar, mas sabia fazê-lo como ninguém.
Nunca se esquecia de ninguém, nunca perdia o contacto fosse com quem fosse, fazendo sentir-nos importantes e presentes.
A família era o mais importante dos seus dias, vivia para a esposa, filhos, noras e netos
Foi a primeira vez que perdi alguém próximo.
O que tive de mais parecido com um pai.
Ainda estamos em choque.
Um choque tão grande que parecemos cegos à procura de luz.
Sei que ele está num sitio muito melhor do que este onde nos deixou a sofrer, mas a falta que nos faz não pode ser colmatada.
Como se pode aprender a viver com a saudade?
Consola-me o facto de que um dia nos iremos juntar outra vez
De Anónimo a 29 de Janeiro de 2005 às 15:01
A vida é mesmo assim. Eu sei o que é perder alguém querido...Mas temos que nos aguentar! Um beijo muito grande minha queridaGiraflor
(http://europemaphaldas.blogs.sapo.pt)
(mailto:giraflor@sapo.pt)
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