Vinha pelo caminho calmamente, pelo atalho que tem pouco transito, a deliciar-me com o chilrear dos pássaros, e a pensar que este ano não vamos mesmo ter Inverno, ao mesmo tempo, deitava o olho pelo espelho retrovisor, para ver qual a expressão do bébé Alex na cadeirinha, e dei comigo a pensar
Apesar do sofrimento que isso me causou na altura, não me arrependo nem um pouco da opção de vida que fiz.
Deixar de lado a carreira e a promoção pessoal, para me dedicar à proximidade e à dedicação total aos meus filhos.
Eu sei que há mulheres que conseguem conciliar, e bem, a carreira com a família, mas decerto que têm ajudas preciosas, de família e marido. Eu não sou melhor ou pior mãe que as outras, mas não o consegui fazer.
No sentido em que, se o meu marido tinha de estar disponível a 100% para a profissão, e foi isso que fez, seria impossível para mim fazer o mesmo.
Talvez pudesse pôr os meus filhos na escola das 7 da manhã às 7 da noite, arranjar baby sitter para os serões de trabalho e fins de semana que fossem necessários, mas achei que essa não era solução.
Não quis ser uma mãe ausente, achei que já bastava a ausência do pai.
Arranjei maneira de os pôr sempre em escolas pertinho de mim, e o sorriso que recebi cada vez que lhes ía dar o lanchinho no recreio, ou o abraço sentido quando caiam na escola, e era eu que os consolava, valeu tudo!
Com o bébé Alex estou a proceder da mesma forma.
E hoje, ao observá-lo pelo canto do espelho, senti-me muito feliz por poder estar presente nos momentos cruciais da sua ainda pequena vidinha.
Podem achar ridículo, mas sinto um orgulho enorme quando ele faz alguma coisa pela primeira vez como hoje, que disse bigado! ao senhor que nos deixou passar no cruzamento e eu estou ali para ver e participar!
Ainda hoje os meus filhos mais velhos, com 15 e 14 anos, adoram que eu lhes conte tim-por-tim como eram em bebés e crianças, estabelecendo comparações com o irmão mais novo.
E é com grande alegria, que eu tenho tudo gravado a ferro e fogo na minha memória.
Eles podem acusar-me de muita coisa quando crescerem, mas nunca de ter sido uma mãe de obrigação, só porque os pari.
E esta conversa toda porquê? Sei lá apeteceu-me.
Beijo para todos e boa semana!