Mar em mil voltas murmurado, apertado em mãos e corpo sedentos de sal, de agua por todos os poros..
Ai Mar…
Que sal dos meus olhos não toleraste, que cada lágrima que me salte em saudade mal vivida, tu sempre secas e lanças ao ar em mil gotas rarefeitas…
Ai Mar..
Que em ti me recebeste de novo, como se pura fosse de vez e outra vez, me deste embalo em cada passar de onda, me enrolando em prazeres esquecidos por proibidos..
Como te pagar, Mar, ouvires em atenção desmedida os meus lamentos torneados em dança de leveza que cá fora já não encontro, os ouvires com atenção antes de os desfazeres em espuma de bolas de sabão…
E em ti, meu Mar, me encontrei, em cada carícia doce e salgada que me desfez também em sal e areia milenares, me renasceu, bateu e ardeu até não aguentar mais, desfeita e agradecida me tornou à costa..
Para um dia, um dia, meu Mar e meu Amor, quem sabe eu poder fazer de ti o meu sal, o meu sol, todos os dias, todos, de aroma fresco, intenso e único, em simbiose perfeita que rocha alguma poderá tornar intransponível..
Ai Mar…que morro de saudade por ti!