Este post vai custar-me imenso.
Primeiro, porque tenho de ter cuidado, pois não quero que pensem que lá estou a armar-me de novo em coitadinha e desgraçadinha
Mas preciso de deitar fora algumas coisas que tenho reflectido, e que, quanto mais penso nelas, mais acho que tenho razão!
Então aqui vai .
Tenho uma incapacidade inata de me fazer Amar.
É claro que já despertei sentimentos fortes, de paixão, de posse, de desejo, de sei lá o quê, mas Amor, aquele que faz com que a pessoa que nos ama nos olhe, e esqueça o mundo, esse, nunca consegui despertar.
E porquê?
Porque todos nós somos resultado da construção que começa no momento em que chegamos a este mundo, e só termina quando o deixamos.
Profundo, hem?
O que eu quero dizer, e me está a custar imenso, é que eu não sei fazer-me amar porque acho que não tenho direito a isso.
Registei no mais profundo do meu ser a rejeição daquela que devia ter sido a primeira a amar-me, e não o fez, e transpu-la para toda a minha existência.
Ou seja, mesmo que gostem de mim, ao primeiro sinal que não gostam da maneira desmedida que eu preciso (e que só uma mãe ou um pai conseguem amar..), sinto-me rejeitada e desamada até ao mais ínfimo da minha alma.
Eu sei que já devia ter ultrapassado esta treta.
Fiz terapia, tenho uma família linda, mas tenho de reconhecer que não consigo.
A dor é tão forte que me acompanhará até ao final dos meus dias.
É uma dor que só a entende quem a sente.
Vão dizer-me que parir é dor e criar e amor.
Até pode ser.
Mas embora eu sinta uma enorme gratidão pela mãe que me criou, e de reconhecer que tive todo o conforto possível, e que se não fosse ela, sabe Deus ou o Diabo onde eu estaria hoje, o facto é que fui criada sem carinho, sem dedicação.
Fui uma imensa obrigação, como sempre me foi deixado bem claro, e com isso acabei por destruir a vida da pessoa que me criou.
O que também me foi sempre deixado bem claro.
Portanto, que me resta fazer, a não ser admitir que esta dor não passa mesmo que finja que ela não existe?
Mesmo que ela me envergonhe.
Que saiba que estou a ser injusta para os que gostam de mim?
Tenho de ir mais fundo.
Só poderei ser dona do meu destino no dia em que aceitar o meu caminho.
Como em tudo o mais, só me poderei curar quando admitir que há uma parte de mim que está doente.
E admito-o aqui e agora.
Portanto, vou deixar de me sentir a maior desgraçadinha do mundo, e vou tratar de fazer uma coisa.
Vou procurar a minha mãe biológica e a minha irmã.
Vou procurá-las pela 3ª e última vez.
E se for de novo rejeitada pela minha mãe, espero ter a chance de ficar com a minha irmã no meu mundo.
Já era muito bom!
No meio de todas as minhas ridículas reflexões, descobri uma forma fantástica de nunca mais me desiludir com ninguém!
Nunca mais me vou desiludir, porque vou baixar as minhas expectativas ao mínimo.
Quando nada se espera, o que vier, é lucro, não?!